Esta página é uma continuação específica do artigo completo sobre filtros polarizadores na fotografia. Aqui explicamos o que é birrefringência e mostramos um exemplo clássico.
Birrefringência com filtro polarizador
Quando luz polarizada, como o azul do céu ou o reflexo de vidros, passa através de um vidro temperado, como os das janelas laterais de um carro ou de um avião ou mesmo de alguns plásticos, e depois é filtrada por um filtro polarizador antes de chegar no sensor da câmera, o resultado é que a câmera “vê” um arco-íris.
O arco-íris mostra cores diversas em torno das áreas de concentração de tensão mecânica do vidro ou anisotropia de um plástico translúcido. O mesmo ocorre quando utilizamos óculos escuros polarizados.
A fotografia mostrada abaixo, tirada de dentro de um avião em pleno voo, com um filtro polarizador, mostra como as cores ficam surrealmente alteradas, com áreas do céu escuro (o que é de se esperar de um uso normal do polarizador), mas também com um arco-íris de cores que normalmente não é visível a olho nu.
Isto ocorre porque, neste caso, devido à concentração de tensão no vidro temperado, este se comporta como um material birrefringente e, dependendo do comprimento de onda da luz e da tensão mecânica local a que o vidro está submetido, o vidro rotaciona a luz polarizada vinda do céu azul ou refletida pela janela.
Quando esta luz passa pelo filtro polarizador da câmera (neste caso pode ser chamado de um analisador) todos os nódulos de tensão ficam visíveis.
Veja no vídeo a seguir o que acontece ao se rotacionar o filtro polarizador circular na frente da lente. Note como as cores se movem, acentuando mais ou menos a tensão superficial em partes do vidro da janela lateral do avião.
Para mais detalhes sobre birrefringência e suas aplicações na ciência e indústria, leia este artigo proposto.
Publicado originalmente em 03/04/2021. Última atualização em 04/04/2021.